sexta-feira, 30 de maio de 2008

Se espero, o tempo não cura.

Se eu pudesse largar de mão tudo aquilo que me traz abstinência, eu já teria partido cedo por causa da minha provável falta de capacidade de lidar apenas com o agora. Se eu dissesse tudo o que sempre entala aqui no meu peito, pessoas ao meu redor sorririam mais, só que seria um erro dizer o que eu sentisse... Eu poderia não conseguir conquistar o que eu desejasse. Se eu pudesse ser um sentimento, qual eu seria? Eu já teria me debatido lentamente. Então esta não seria a melodia da falta. Aprender a almejar o menos distante me mostra que é algo bom.
Quando eu era pequeno, eu sentia um profundo medo - sim, nessa época eu sentia medo - de fechar os olhos todas as noites. Eu sentia medo de uma voz, que jamais ressoou na minha cabeça. Medo e esperança andam juntos, observe. Alguém podia ter esperança de nunca mais ter medo? Oh, sim... eu! O tempo não cura mágoas, falhas, percas, ou coisas que não foram concluídas; sequer perdidas como muitos desejariam. O tempo não tem poder sob nada disso. Nós que usamos o fator 'o tempo curou' para não dizermos 'eu evito relembrar'. Temo e espero que algum dia, muitos epitáfios já estejam mais poéticos. Você! É... Você mesmo! Você sabe do que é capaz? Já chegou próximo do seu limite de não ter como agüentar mais? Porque eu, sim, eu, não sei ao certo qual o meu álibi. Não sei se chego a ser sacana ou frio, mas sabe, as pessoas vingativas me dão ânsia. A minha sina está mais adiante, acho que vou suportar superar o meu rastro. Averiguar tudo o que sinto ao meu redor está me fazendo não colidir por acaso. Será o destino? Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons. E a esperança rege a cada degrau. Consegue subir? Quando não se sabe o caminho certo, nós quem fazemos nosso próprio caminho. E se enquanto houver vida, houver esperança, muitos não conseguirão suportar seus próprios medos. O tempo não cura os capacitados, nem os escolhe. O tempo apenas é o fator escolhido por quem sabe se capacitar.

PS: É triste um sentimento em você morrer. Mais triste ainda é você querer que ele morra... É, talvez eu seja mesmo sacana.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Conceitos?

Por diversas vezes, acreditamos mais no potencial dos outros do que no de nós mesmos. Nunca nos provamos por causa do medo que temos do que os outros possam presenciar. Medo do deboche, da crítica. Um auto-flagelo em meio ao descontentamento de não tentar. Isso é simples, não tentar. Não arriscar. O nosso medo de falhar nos leva ao mesmo lugar (de) sempre. Ficamos aqui, assim, aí mesmo, parados! E, então é bem mais fácil e, confortável, se acomodar à conceitos não formados por nós próprios e nem discuti-los, sequer analisá-los.
Abomino suposições que não nos levam, e que nem chegam a simplesmente nada. Mas bem, aprecio me contradizer e desfazer aquilo que não costumo fazer, apenas falar. Me é bem apreciável o novo, o surpreendente, o susto, aquilo que inova e renova. Aquilo que me envolve a primeira vista, ou não. Eu acredito em amor a primeira vista, não, eu quis dizer, eu acredito em atração ou mesmo numa paixão à primeira vista. Quem sabe por isso que nunca deixo de olhar para todos os lados ao atravessar a rua. Mas, voltando ao que preciso me focar: pré-conceitos.

Oh, o que no fundo todo mundo quer ter é paz. Eu sei que sim. Respeito isso, almejo isso. Existe vários conceitos sobre várias ações. Num cotidiano comum, estamos cheio de conceitos padronizados. Você assiste TV? Acha mesmo que tudo é verdade? Que Pena! Não, eu não estou entrando no conceito padronizado de que a TV é só alienação e é tudo embolação... Não, eu não penso assim. Mas, é preciso que você saiba que nem tudo o que você vê, é de fato o que acontece; e isso vale também para o restante das suas meras funções humanas (desculpe, é minha ironia), seu olfato, audição e tato. O que leva alguém a decidir tirar a vida? Quem sabe a culpa do amor não-correspondido, das velhas surpresas de cada dia indesejável? Ninguém quer tirar a vida, apenas aniquilar a dor de não conseguir vivê-la bem. E, então é só pensar: como alguém pode pensar em comprar tal livro se não soubesse que este existia? Sim, isto foi uma assimilação.
Gosto disto. Bem, talvez as pessoas morressem menos se não fossem informadas que desde pequenas irão morrer. Não é necessário mostrar a beleza aos cegos, nem dizer a verdade aos surdos, mas nunca mentir para quem te escuta e nem decepcionar a quem te ama. Dance, cante, faça, escreva, roube um beijo, diga eu te amo, elogie, chore, grite, pule como se não tivesse ninguém te olhando, porque talvez quem sabe, as pessoas ao seu redor só não façam isso porque ficam com medo e pré-conceito do que você vai pensar. Deixe-se ser livre para ser livre, não aprisione ninguém. Não tenha conceitos de alguém que você sequer conhece, mas já rejeita. Talvez daqui a três anos, vocês sejam melhores amigos. Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos. Faça algo, mas mude e ajude a mudar o que resta do mundo.

Quem eu sou, deixe que sinta.

Eu não quero me digladiar, nem lutar contra meus pensamentos afagados em emoções noturnas. Eu não entro num belo choro há tempos. Francamente, eu não vejo um choro como sendo belo há mais tempo ainda. Talvez seja oportuno, onisciente. Ali guardado, ressentido. Talvez seja esse o sentimento que escapou da Caixa de Pandora com as velhas e equalizadoras lagrimas que escapam como um bebê prestes a nascer. E, contorcendo minha visão fazendo com que eu pense no que realmente eu sou. Eu não preciso mostrar sentido, provar que existo. Viver é uma busca, a parte mais interessante do jogo que estamos jogando. Sou o final do filme que abala e emociona, ou a capa daqueles que alguém jamais alugaria? Eu sou desprezível ou aceitável? Talvez seja estranho, mas eu e você tenhamos uma analogia, ou talvez não tenhamos nada. Mas se olhar de perto pode ver aqui, alguém como você. Alguém tentando achar o seu caminho. Alguém tentando achar o seu lugar. Alguém tentando se achar. Eu sou um instante, uma parada brusca. Eu sou quem? Eu sou alguém? Quando se ama, não há perdedores. Eu irei perdurar diante das perdas e finais infelizes? Eu serei feliz sem alguém aqui, ao meu lado? Por quanto tempo eu tentarei viver bem, e sorrindo? Eu agüentarei a barra? Quem eu sou, o que eu realmente tenho? Eu não sei. Se eu não gosto do que eu vejo no espelho, é mais confortável que eu o quebre. Não há nada que eu posso fazer em relação aquilo que não tenho. Posso recomeçar, conquistar, tentar, mudar a rota. Quem sabe, reprisar algo novo? Recriar algo velho? Tentarei mudar alguém que me ignora? Serei capaz de refazer uma nova impressão?
Eu não sou vingativo, me poupe de um ato tão baixo. Essa talvez seja a minha mais nova melodia: a de não saber quem sou, a de me arriscar ao desconhecido e me entregar sem perguntar pra onde me levará. A dúvida é o que move o ser humano. É um estímulo. É a assimilação da loucura dos sábios, e a notável sabedoria dos que amam; sim, os loucos. O amor nunca foi e jamais conseguirá ser provado cientificamente. Os que perderem tempo à procura de uma resposta a isso, verão suas vidas terminarem sem que tenham sentido algo sem que quisessem saber a razão. Razão vs Sentir. Esta é a única e genuína batalha do bem contra o mal. Então, se diante de mim o mar não se abrir, Deus fará com que eu ande sob as águas para que eu descubra o que é viver e que eu esqueça o que é ser alguém.

Medo

Tenho muito pra te dizer. Pra te balançar e fazer cair. Quero que você culmine completamente se é que ainda restou algo de você aqui dentro de mim. Isto não é uma Love Song ou Suicide Song, se é o que parece. Isto é apenas o chamado daquilo que nunca despertará novamente, fazendo com que eu trema minhas mãos ou coce meus olhos. Se eu soubesse hoje o que sei agora, não teria sentido viver o ontem.

Desconfortavelmente o passado só é passado quando nós deixamos que ele passe para então vivermos o presente. Arriscar é mesmo motivador quando se sabe que quando esquecemos aquilo que nos provoca ânsia e tremor, tudo se torna claro. Definitivamente não existe o escuro, apenas a ausência de luz. Nem frio, apenas a ausência de calor. Nem o mal, apenas a ausência. Sensações de coisas ruins e perigosas não me atormentam porque eu já te batizei com a pior das vinganças caro 'Sr. Medo'... eu te ignoro desde que descobri que você era o único motivo que me deixava calado. Agora... Quem é você para me fazer parar?

Real

O que eu te diria, se eu sentisse que precisasse te dizer algo? Até se eu dissesse algo, mesmo sabendo que você nem me escutaria, o que eu poderia dizer? Oh, talvez eu pudesse morrer tentando... Isso seria certo? Se eu tivesse dito 'não' quando você se indagou sobre 'nós', teria sido mais confortável pra mim quando acabássemos? Você fez de nós um jogo de virtudes jogado fora. Não culminaríamos por dentro se eu não fosse um anoético afetado e com tão pouca analogia a quem você realmente almejasse, não é?! Eu não sou quem você ilustrava com o lápis na sua imaginação. Isso era real? Se algo tivesse sido realmente definido, estaríamos afastados? Oh, talvez eu pudesse sobreviver sem respostas... Mas este foi um beco-sem-saída. Não foram mil lágrimas que eu derramei, nem chegaram a ser lágrimas... Foram apenas reflexões, reflexões e... Idem. Agora, o que resta da minha vida? Oh, diante desses amores platônicos, perdas, monstros internos e batalhas cotidianas... Talvez bem, algum dia a gente volte a se olhar como quem nunca se viu antes...

Monstros, sonhos e tempo.

Pouco a pouco, meus olhos se dissipavam daquilo que antes tentavam reagir contra o que eu sempre precisei enxergar e daquilo que agora fazia com que eu mesmo me jogasse para dentro daquele antigo universo paralelo que me dava a sensação de dejà vü. Minha voz já podia contornar o que antes fazia ela se estremecer, e já não era mais tão assustador eu ter que controlar a inércia dos meus pensamentos invasivos e tampouco reflexivos. Se eu não conseguisse me sobrepor aos meus inimigos que estavam rangendo dentro de mim, eu então poderia me despedir à eles com um simples gesto de adeus. E sim, esta não foi mais uma fase.

Foi preciso que eu acordasse a tempo de não pular em mais uma daqueles pedestais dos nossos sonhos. Foi necessário que eu me mantivesse de pé, mesmo diante de toda uma geração turbulenta e ansiosa. E eu posso dizer que, é preciso que acordemos a tempo de ver que monstros existem e podem estar bem diante daquilo que vemos à frente do espelho. E então, se me fosse oferecido palavras mágicas para que o tempo voltasse, eu tentaria esquecê-las. Porque, se eu pudesse voltar um pouquinho que fosse no tempo, não, eu não voltaria. E, se quer saber, agradeço a Deus por eu não poder fazer isso. Porque se pudéssemos ter uma segunda chance sempre, talvez jamais conseguiríamos compreender a glória de ressurgir depois de algum fracasso.

Fracassar me deu a chance de não cometer mais os mesmos erros, e mesmo assim, evitei errar e fracassar. Principalmente porque eu não viveria tempo o suficiente para cometer todos os erros do mundo. Então fui apto a aprender com os erros alheios. E é bem possível que chegue um dia em que eu queira prometer atos para alguém. Mas, tomara que não chegue o dia em que eu prometa sentimentos. Atos são pássaros engaiolados, sentimentos são pássaros em vôo... Não tenho o direito de prender alguém e de arrancar para mim o que não me é de direito. Então, anseio aproveitar cada minuto dessa vida, pois o tempo não volta. O que volta é a vontade de voltar o tempo!

Você, os outros? Não... Você.

Tento preencher o vazio que insiste em corroer e ocupar meus pensamentos sobre eu estar sozinho. Como eu posso suportar me deitar na cama e dormir todos os dias sem alguém ao meu lado? Talvez viver seja um sonho que ocupa a mente de todos, estando-nos em sã consciência ou em absoluto sono profundo, estando nos próximos ou longínquos de nós mesmos. Alguns de nós partimos tão cedo daqui, por tão precocemente ao nascermos já atribuírem tanta culpa e fardo em nossos ombros que o único modo de escapar é fugindo em silêncio. E partimos não para a morte, mas para outro lugar. Um daqueles que há somente em cada alma, e onde habita somente um único 'eu'. E pra não discorrermos de tantos artifícios que a sociedade nos obriga a usarmos, criamos e nos introduzimos dentro de um casulo. E em muitos desses lugares, podemos não nos ocupar por completo. Pode faltar algo, ou talvez, alguém. Só que discordo de mim em pensar que todo alguém precisa de outro alguém. Porque isso é utopia. Isso é uma ilusão de que não nos servimos para nós mesmos, ou que talvez, estamos incompletos sozinhos. Acreditamos que podemos salvar alguém de seus problemas, alguém de suas falhas ou tropeços no caminho. Que podemos ser vistos como heróis que coloquem 'o outro' com cores vibrantes, mesmo que eles sejam e não saibam apenas preto-e-branco; e desloque. Só que nos perdemos facilmente de nós mesmos, saímos do foco, para dar lugar a alguém que tão pouco conhecemos? E então nosso casulo se desprende da árvore que se mantinha. Há também, alguns que sentem temível receio em achar que se não procurarem a sua outra metade, viverão toda a vida consigo mesmo. E se for? Qual o problema você vê em você? Porque a estrela está aí em você, não precisa de sol ou mais estrelas para continuar brilhando. É como uma mãe que pode dizer que não será nada sem seu filho, mas então, o que ela era antes dele nascer? Penso que não é mais necessário entrar em detalhes de que a pessoa mais fascinante do mundo não precisa estar acompanhada de alguém para ir ao cinema seja a hora que for.

Entre mim

Algumas vezes eu preciso tocar em objetos sólidos para saber o motivo da qual eu existo, ou melhor, se eu vagamente posso realmente existir. A minha sombra pode ser confundida com meu semblante, e meus egos com a minha alma. E eu me difundo com meus pensamentos, todas as vezes que eu fico pensando em como seria uma coisa se ela já fosse algo. Mas daí, sai muitas meras soluções para dificuldades que eu acabo criando depois de já ter encontrado-as. Como se eu obtivesse uma resposta, sem anteceder a questão.

E ao encarar o espelho, minha voz se mantém a esbravejar toda sua ira contra si mesma. E pra não me machucar nas vezes em que eu me sinto melhor ao lado de alguém, e que mais tarde, venho sentir em mim, amor puro com ódio descontraído, eu busco não me prender a ninguém. Não me aprisionar, nem pedir penitência à algum dos sentimentos não correspondidos.

E a dor da culpa de não falar, da coragem sucumbida nas emoções parciais, eu me sinto na obrigação de me inverter por completo sem pedir licença a ninguém. Afago então, tudo o que pode ser bom pra mim, os meus sonhos e a minha esperança. E eu matenho meu maniqueísmo distante da minha mente, pra que eu possa repensar em como seria melhor se alguém me tirasse de ao menos uma daquelas batalhas colossais que a minha vida trava com as minhas vontades, para que eu possa não ter de escolher se eu sou o suficiente bom ou não pra mim mesmo.

Falta mistério?

Eu já pensei em mudar o mundo, mas já pensei em mudar do mundo que estou. Eu penso seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério. Eu fazia escolhas transitórias e algumas vezes irreparáveis. Eu pensava em como falei, como agi, como transtornei. Falta mistério? Não sei mais ser como os outros, soltando faíscas em exagero, puro tempo desperdiçado. O inferno é pior do que achamos, e qual poder ele teria se os seus habitantes não pudessem sonhar com o paraíso?

Falta o quê? Ser como você? Me aceitaria? Seria melhor comigo? Eu não entregaria os pontos, nem diria: "Xeque-mate". Simplesmente porque não estou aqui para jogar. Não nasci como muitos... Com um "grande futuro" nas mãos. Eu fiz o que fiz, agi como acreditava, me decepcionei, caí de joelhos cabisbaixo. Estava tudo tão escuro, eu não acreditava em mais nada. "Mudar o mundo"? Quem dirá que não?! Mas, falta mistério?

E os pregos se soltam com uma martelada, e os pulsos se arrancam com a batida da alma. Se meu coração não bate mais, é porque ele acreditou em ti e morreu esperando. Alguém me levanta diante de todos vocês, alguém que nunca percebi estar ali. E me diz: "Não temas, não é o fim". Os antagonistas da minha vida sabiam de cada passo, gesto, expressão que seria minha. Eu era comumente cheio de regalias. Chegou a hora de estar, ser, viver. Ser livre pode significar estar preso à alguém nessas horas. Pense um pouco. Você vai entender tudo. Chegou a minha vez. Faltava mistério?