sábado, 7 de março de 2009

O fim

A verdade é que algum dia você vai descobrir todas as minhas cartas debaixo do seu tapete, e vai conseguir entender que todas elas não eram para outras pessoas senão para você. Então ficará confuso, se sentirá perdido no seu próprio abrigo e vai querer entender as razões. Será tão rápido pra você como já está sendo pra mim nesse instante. E eu não estarei em mais alguma outra carta, não serei o remetente de nenhuma outra senão desta última, desta que escrevo não como forma de desculpas ou de agradecimento, mas como forma de ter aprendido a ter controle próprio. E repito: está é a última. Deixei de querer tanto, por apenas sentir; deixei de sentir por tanto querer-te; cansei de me perder nessas suas palavras astutas e maduras, cansei de enxergar com as minhas palavras, porque essas são as que me cegam; cansei de definir o que eu sinto, e de ficar me encobertando, se de fato você desconhece ou prefere ignorar isso que ‘acontece’ comigo. Não é fácil dizer eu quero você de todas as formas possíveis, pois pra mim já se tornou improvável tentar de novo. Eu que esperei demais por isso, agora me afasto de qualquer forma de manifestação que esse sentimento possa tentar desmoronar através dos meus olhos. Fujo desse sentimento selvagem e arrebatador, dessa peripécia que tenta me encurralar a cada vez que tento fugir. Não tenho mais argumentos em relação a isso. Já desisti de muitas pessoas que ostentei, mas você me frisou. Lembro de quando eu pairei meus olhos sob os seus, parecia tudo em câmera-lenta, ganhando forma e cor. Ainda assim senti o teu cheiro, eloqüente e distraído. A partir dali, eu saberia que nada como um dia após o outro não seria suficiente para que eu conseguisse te esquecer. Você conseguiu estar na minha cabeça, assim como esteve em meu coração. Mas esta é a carta de despedida. De algo que surgiu em mim, e que se autodestruiu aqui no meu peito. Sem aspas ou vírgulas, este é o ponto. Aqui é onde termina tudo, desde o ínicio desse romance por mim criado e ensaiado, até o fim daquilo que eu pensava ser amor...

terça-feira, 3 de março de 2009

Sobre Ser e Estar

Eu devo estar em algum tipo de encruzilhada armada, ou preso em alguma realidade alternativa. Isso soa vindo de um rebelde que necessita alegar suas razões para tal alcunha, mas não. Eu realmente não estou gostando dessa sensação. Sinto-me como se estivesse exalando gás carbônico em sua pureza - e não estou brincando com tal fala -, e como se meus ombros estivessem sendo carregados de mais fardo a cada passo. Não irei expor os fatos, mas sei que me sinto uma cobaia nesse momento. Não por me sentir usado e gasto pelos outros, de fato sinto isso vindo de mim á mim mesmo. E isso me destrói, de todas as maneiras que uma pessoa pode se sentir destruída. Se eu pudesse não dizer quaisquer uma dessas palavras, tenha certeza que eu não as diria. Eu não quero compartilhar com o mundo aquilo de ruim que eu sinto, a minha fragilidade, o meu sentimento de culpa e as minhas dores. Eu esperava viver e conviver melhor, mas a cada segundo quero apenas que algo se dissolva nas minhas equivocadas razões. Tornou-se já outro momento para mim. As pessoas são egoístas e isso lhe dá a oportunidade de pensar a respeito de ser ou não ser. Chega um momento que sem qualquer fingimento, você se dá a liberdade de ser. E então você decai, acreditando que o mundo gira ao seu redor. No entanto, esse não é mais o momento ideal de perder mais tanto tempo com tal aflição. Algum dia eu volto aqui e uso as palavras certas, só pra te convencer de que não importa o que você faça: as pessoas sempre tentarão te prender numa encruzilhada armada até você mudar seu modo de agir. Então é aí que eu paro silenciosamente, e mostro ao mundo, a razão certa de eu estar aqui.