terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sonho Novo

Eu tive um sonho. Faz algum sentido eu querer dizer? Não importa. Eu sei que para você pouco mudaria sua vida se soubesses o que era, quem estava, ou o que acontecia ali. Essa é a sua liberdade, você pôde escolher entre começar a ler isto ou continuar até onde eu decidir que chegou o instante certo de parar. E essa minha abstinência, minha prudência egoísta, meu ego majoritário não é tão maior quanto a parede que nos separa. Você quem quis assim... Mas eu pareço chorar? Não, não por hoje.

O toque, o calor humano. Algo chamejante que me desperta profunda emoção. É, tão delicado e ao mesmo tempo sentindo tantas sensações. Parece que o mundo gira com você encima, ou, você gira encima do mundo... Do meu mundo. Tanto faz. Mesmo sem a pretensão de que acontecesse algo, você apareceu. É, apenas um sonho. Não me culpe, eu não decidi a sua participação, eu não fui o responsável pelo que você fazia. Fazia, fez. Nunca fará.

Não é bem assim? Eu me sinto fraco, não me refiro mais ao sonho. Digo que não suporto o desleixo, não suporto a falta, a procura, o medo de nunca mais ter aquilo que eu nunca pude... Tocar. É como se eu sentisse a falta daquilo que eu ainda nunca senti. Estou dizendo de como me senti diante do que você fez com que eu me sentisse diante de sua majestade. Eu estou aqui, apenas eu aqui. E você aí. Madrugada insone, não?! Se houvesse alguma maneira, eu te diria: "- Ei, vem sempre aqui?". Tudo bem. Eu sei a resposta. Só não posso te tocar, falar contigo, te sufocar com todas as minhas vontades, mas posso saber, posso sonhar. É insuficiente essa nossa sede. E então, olhando pra mim, como antes você dizia – ‘Onde está o novo?’. E eu olhando para trás, como numa última vez ‘– Eu estava procurando em você.’
Virando as costas e seguindo em busca de uma nova direção.

sábado, 9 de agosto de 2008

Enquanto eu Sonhava

Partiu de mim todo esmorecimento pra uma cláusula que se extraviou precocemente. As cinzas que você me entregou serviram para equalizar teu reflexo. Me mostrou que você é apenas tudo aquilo que eu vejo nos outros. E isso é pouco. Então, pare de tentar transvasar para longe daqui. Sinta a patética analogia. Você não soube aniquilar algo que podia te sucumbir subitamente, fazer-te dissipar-se aos poucos. Então todo esse temor podia ter ficado lá, bem lá naquele penhasco. Mas você preferiu direcionar o seu modo de ver as coisas. Quis que eu me conformasse com aquilo que você pediu pra alguém me entregar. Eu não esperava um abraço, um afago, uma alcunha. Eu francamente esperava por nada.

Porque enquanto eu sonhava, você se preocupava com o meu bem-estar, você realmente estava ao meu lado... Mas estava porque se sentia bem me dizendo o que eu não podia ser. Olhe, quem você se tornou? O circunspecto das suas palavras não ressoou aqui dentro de mim, mas, e em você? Desabono suas intrínsecas chantagens, as suas demasiadas promessas. Eu estou bem. Eu não acreditava que assim que você me deixasse, eu agüentaria mais do que um dia sem tua presença, mas o tempo passou e eu acredito.

Enquanto eu abro a janela, eu sondo tudo aquilo que eu te dizia sobre nossa felicidade. Eu te devolvi um mundo, eu queria que você olhasse para ele e me visse lá. Mas, você me entregou minhas coisas, partiu por seus sonhos. E no extremo de tudo aquilo que eu sempre quis, eu tive de escolher entre tudo aquilo que eu nunca tive. Não pude me estremecer com a sua escolha. A minha singela esperança não era tão mais presente quando eu pensava que você poderia vir a conseguir amar alguém como você me amou, mas mesmo que conseguisse, a perda maior ainda seria sua, porque nunca mais alguém te amaria tanto nessa vida como eu te amei. E então você saberia que a falta que esteve em mim, não era somente eu quem sentiria. Porque enquanto você buscava o novo lá fora, eu tentei entregá-lo à pessoa que eu mais amei em toda minha vida...