terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Luz
E neste dia, em que Jesus nasceu como uma criança pobre mesmo sendo o filho de Deus, viveu humilde até o fim de sua vida, nos deixando a maior prova de amor da sua existência: deu sua vida pelas nossas vidas. Para fazermos a diferença, vivermos e amarmos como ele.
Por isso, no Natal, Jesus nasce novamente em cada um de nós. Para mostrar que dinheiro não compra as pessoas que amamos, para mostrar que os melhores presentes são as presenças dessas pessoas. Para então descobrirmos que não é necessário mostrar a beleza aos cegos, nem dizer a verdade aos surdos, mas nunca mentir para quem nos escuta e nem decepcionar a quem nos ama. E principalmente, porque o melhor presente que podemos ganhar não apenas no Natal, mas em toda nossa vida, é esta luz que surge em cada um de nós, o amor.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Maio
"Por algum tempo, eu transitei em estado de alerta. Eu pude ver que, diante de cada um de nós, em seus meus maiores desacertos, ante a expansão que nos faz crer que somos maiores do que somos, somos apenas sobreviventes do nosso próprio impedimento."
domingo, 9 de agosto de 2009
A Porta
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Sentir a si mesmo
Nego a minha existência porque nego o privilégio de sentir. Pela noite, o pânico que se instaurou no meu peito assim que cedi os meus pés às ruas foi o único sentimento que pude me dar. Por inteiro, se assemelhou a liberdade resguardada, jamais fielmente sentida. Senti-lo sem medo me trouxe alivio. Assim o verbo se fez vivente na minha cabeça e fazer seu parto foi o que me rasgou por dentro. Por fora já estavam estacionadas as expressões cicatrizadas, ocupando a maior parte da minha face. Meus olhos não se deixaram enganar. Abortar o verbo seria enxugar os resquícios dos sentimentos que por sacrilégio já não me dei.
Ter-me de mim para mim se tornou martírio. Desafio-me a cada tragada de ar. Suprimindo a falta de uma mortal salvadora pela própria razão da falta: existir e deixar-se duramente sentir o indesejável. E eu poderia, embora em poucas palavras, acreditar que insensível é aquele escolhe não sentir o que lhe dão, embora seja em verdade, aquele que por já sentir a dor de sentir-se se reserva mais para si. Pelo medo de deixar-se perder.
Com crueza no ato, naquela noite, eu sorri para a cólera, à decepção, o arrepio, o medo, à paixão, à inveja, e até para o abraço oferecido de uma criança que rejeitei sem sentir coisa alguma.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Cada um
Cada um se entrega a alguém atribuindo a isso o que julga sentir. Cada um se usa antes de se entregar a alguém que espera ser somente seu. Cada um dá um passo a mais com medo de ter de esperar por muito tempo. Cada um se percebe quando se vê caindo. Cada um foge quando não consegue mais encarar suas decepções. Cada um suporta a dor do próximo quando esta não lhe faz companhia. Cada um se decepciona ao tentar fazer do outro alguém que lhes sirva de agrado e não obtém resultados. Cada um se perde em busca de alguém. Cada um se repara quando todos que estavam perto se vão. Cada um se arrisca quando o que não está tão longe pode ser alcançável.
Cada um se arrepende quando se sente desperdiçado. Cada um se cansa do que pode ser difícil. Cada um joga da forma como se encontra. Cada um nunca se entrega totalmente por medo do fracasso. Cada um evita recomeço para não ter de encarar o início novamente. Cada um estranha as diferença de valores dos outros. Cada um se suja mais ainda com o mesmo que poderia se limpar. Cada um teme acordar um dia e não se encontrar. Cada um não se conhece a ponto de chegar a acordar um dia. Cada um pensa saber usar o que está para vir do que com o que já tem. Cada um finge não saber a direção quando anseia ser encontrado.
Cada um faz promessas a alguém como se nada pudesse mudar algum dia. Cada um se assegura de estar bem quando nada muda. Cada um teme o erro enquanto este pode lhes ensinar a acertar. Cada um é como a rota de um carro andando em círculos. Cada um se ilude. Cada um se vangloria quando o acerto é contundente. Cada um é estável até o momento do choque. Cada um quer ser encontrado por alguém. Cada um quer ser alguém. Cada um se pergunta se é feliz, se é amado, se é alguém para alguém...
domingo, 10 de maio de 2009
Encontrado
sábado, 18 de abril de 2009
Introspecto
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Ela sabia
terça-feira, 7 de abril de 2009
Algo entre nossos Olhares
Eu não sei o que vai acontecer de agora pra frente, não sei se seria bom acontecer. Eu já esperei tanto, já até me decepcionei sem nunca termos trocado uma sequer palavra. A verdade é que eu não te conheço, nem um pouco. E esse meu desejo é formado por elementos que eu mesmo já conheço, como quando te vejo só, como quando te vejo distante e diferente das outras pessoas ao seu redor, e eu me pergunto se é certo eu te querer se nem o meu bem você pode querer. Mas é o risco, é a cerca. Basta apenas cada um de nós decidir quando pular para o melhor lado. Porque parece que continuamos entre tudo o que possa existir entre você e eu. E entre tudo é muito para agüentarmos por muito tempo. Seja o amor, seja a dor, seja lá o que for. E se eu tivesse coragem para chegar até você e você tivesse coragem para apenas escutar, eu fixaria meus olhos aos teus e indagaria em seu ouvido: Qual é o seu medo?
domingo, 5 de abril de 2009
Por um Instante
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Ser livre
Procuro uma razão para me entregar ao acaso, ser alguém livre de toda falsa liberdade. Ousar encontrar a glória da minha própria forma, sem desviar dos tropeços, estes que me detém do tempo enquanto o trivial e o temporal se escondem. Como se tivessem medo, como se existisse algo além do que eu estava procurando não encontrar. É loucura, pare. Se perder não é como perder tudo, mas a segunda liberta. E afago a sensação perdida de declínio, ao elementar, ao desnecessário... Até quando? Nada e tudo tão iguais para mim. Esta noite não parece ser a noite certa, mas é a que eu quero tentar não errar. E errar é saber o certo e não o fazer. Se então eu tivesse sido deixado desconstituído e inconformado, futilmente abalado, logo aqui estaria eu... Deixando que esta deixa fosse o âmago
sábado, 7 de março de 2009
O fim
A verdade é que algum dia você vai descobrir todas as minhas cartas debaixo do seu tapete, e vai conseguir entender que todas elas não eram para outras pessoas senão para você. Então ficará confuso, se sentirá perdido no seu próprio abrigo e vai querer entender as razões. Será tão rápido pra você como já está sendo pra mim nesse instante. E eu não estarei em mais alguma outra carta, não serei o remetente de nenhuma outra senão desta última, desta que escrevo não como forma de desculpas ou de agradecimento, mas como forma de ter aprendido a ter controle próprio. E repito: está é a última. Deixei de querer tanto, por apenas sentir; deixei de sentir por tanto querer-te; cansei de me perder nessas suas palavras astutas e maduras, cansei de enxergar com as minhas palavras, porque essas são as que me cegam; cansei de definir o que eu sinto, e de ficar me encobertando, se de fato você desconhece ou prefere ignorar isso que ‘acontece’ comigo. Não é fácil dizer eu quero você de todas as formas possíveis, pois pra mim já se tornou improvável tentar de novo. Eu que esperei demais por isso, agora me afasto de qualquer forma de manifestação que esse sentimento possa tentar desmoronar através dos meus olhos. Fujo desse sentimento selvagem e arrebatador, dessa peripécia que tenta me encurralar a cada vez que tento fugir. Não tenho mais argumentos em relação a isso. Já desisti de muitas pessoas que ostentei, mas você me frisou. Lembro de quando eu pairei meus olhos sob os seus, parecia tudo em câmera-lenta, ganhando forma e cor. Ainda assim senti o teu cheiro, eloqüente e distraído. A partir dali, eu saberia que nada como um dia após o outro não seria suficiente para que eu conseguisse te esquecer. Você conseguiu estar na minha cabeça, assim como esteve em meu coração. Mas esta é a carta de despedida. De algo que surgiu em mim, e que se autodestruiu aqui no meu peito
terça-feira, 3 de março de 2009
Sobre Ser e Estar
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Encontre-me nos teus Olhos
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Dezesseis anos.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Noite, Chuva e Memórias
Essa era pra ter sido a noite mais ansiada dos dois últimos anos. E pela décima sexta vez você sabia que não aconteceria como outrora. A melodia do medo havia tomado conta de você, por completo, elemento por elemento; enquanto era tangível a lembrança de quando o sino da época do colegial começava a ecoar. Não que isso lhe causasse dor ou lhe envolvesse por puro embaraço, apenas não cabia a você entender porque aquela lembrança lhe parecia tão agradável. Ainda assim você soubera disfarçar, a agonia de jamais – em tempo algum – voltar atrás. Você ainda escutava vozes por de trás de ti, misturadas em cheiro, mochilas abertas, caminhadas acompanhadas de brisa e afagos. Você nesse momento podia sentir tudo isso de volta, mas não acompanhado dos mesmos olhares e indivíduos, somente com a melancolia que agora lhe faz melhor companhia. Então quando as primeiras gotas de chuva começaram a cair, enquanto se manifestava em ti a enlouquecida vontade de partir para longe da aflição e apenas permanecer quieto, você se atirou para fora de si. Havia decidido entre a antecipação e o medo caído na sua cama desarrumada, arrastado como uma coberta sob seu próprio corpo. E se indagando repetidas vezes se valia a pena esperar o próximo amanhã, ou a noite do próximo sábado. Limitando-se a pensar que toda sua felicidade poderia se consolidar novamente em apenas uma dessas noites não mais que almejadas, sendo que se assim, todo o resto de sua vida lhe teria sido até hoje completamente em vão.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Conto de Fardos
Não desisto fácil, entenda. Há certa dose de desprendimento em minhas palavras, porque não faço mais tanta questão de ser convincente. Sei que apenas quero experimentar algumas pessoas e depois fim. Não ajo assim pretendendo usá-las, nem por intenção própria satisfazer-me, não é sobre carne. É algo mais. Caso eu definisse eu me limitaria a dizer que espero isso a vida toda, sim, apenas experimentar. Não é sobre ficar, não se trata de uma noite. Trata-se de calor humano, cabelos à brisa, conversa e um bom cheiro. Talvez nunca aconteça, mas tudo bem. Isso trata apenas dos meus devaneios e partidas. Quero carregar o fardo de te querer até o instante em que conseguir unir minha mão a sua. Sei que em parte é isso mesmo que quero. Não por estar esperando isso durante toda minha existência, não porque sou paciente, mas sim porque sou romancista. E me atrai contar sobre meu próprio romance, aquele que vivo e falsifico cartas destinadas de você a mim. Sei que está aí. Está apenas analisando minhas próximas palavras até que eu decaia e teu silêncio se torne o nosso silêncio. Mas vou-me embora antes que as palavras faltem. Vou-me embora para dentro de ti, conhecer mais tuas emoções. Se é que delas ainda existe, porque percebo o quanto, a cada dia, teu maior desafio se torna vivenciá-las – ou corresponde-las. Estou me perdendo em você, se é que percebe. Como se eu estivesse começado a falar de mim e você fosse parte dessa conversa. Nosso olhar não se encaixou, ainda. Nossa vista não foi preenchida por cada um de nossos semblantes, ainda. Mas me espere. E não entenda isso como uma promessa, sim como mais um desafio. Pois se existe um bom tempo que não sei onde colocar meus pés, então é porque perdi minhas razões desde o dia em que descobri tua existência. Tocou-me de tal modo: estranho, peculiar, diríamos você e eu. Não sei se trata de amor e alma ou corpo e satisfação. Só sei que você continuará por aí... E assim que pronto eu estiver, endereçarei uma última carta a mim, dizendo através de suas palavras, que em breve nossas mãos irão se tocar. Fim.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Esta é a Sua Única Vida
Francamente, eu não ligo em nada para o que pensam quando eu estou na rua caminhando e entoando melodias, entenda: cantando. Mas como disse, eu não sou o fruto do meio em que fui criado. Na verdade, até meus familiares sabem que eu não sou como eles. Não faço o tipo de pessoa que irá engravidar a amiga do colegial ou morar na casa dos pais até que se case. Não sou e não quero isso pra mim. Arriscar-me-ei em buscar do que Deus quis para mim enquanto me criava, conforme tua imagem e semelhança. Eu vou sair por esse mundo, confiarei e acreditarei no meu Criador e comerei o melhor desta terra. Para alguns estou sendo clichê quando cito Deus em minhas palavras, mas afinal, eu não ligo. E você devia saber que ele existe e que ele quem me faz tão feliz e sonhador.
Às vezes concluo que a sociedade e a família pressionam as pessoas a buscarem algo mais sólido para suas vidas futuras. Que proclamam que os concursos federais são blábláblá e tudo aquilo que pode te deixar preso num lugar, fazendo o trabalho burocrático para construir sua vidinha padronizada. E eu, um cara de quinze anos, não quero que me vejam como o rebelde. Não quero que acreditem que isso tudo que se passa pela minha cabeça faz parte de alguma fase que vivo, talvez da adolescência. Porque eu tenho plena consciência do que existe nesse mundo e sei que vida, eu só terei essa. Não vou querer passar anos da minha vida em vão, me divertindo em festas ou saindo com amigos para o barzinho. Não quero e não vou transar com quem eu não ame e não me case. Não vou ser a tendência do momento e nem desistir do chamado que Deus tem pra mim. Não vou culpar ao Diabo por tudo aquilo que eu não conseguir, mas vou lutar até provar que foi Deus, O Altíssimo quem me possibilitou chegar até lá. Não importa o quanto há pessoas ruins espalhadas por esse mundo, eu sou a diferença e sei que não estou sozinho. Pois afinal, não vou cair na ilusão de acreditar que posso mudar todo o mundo, apenas sei que as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que realmente o mudam.
Recomendo:
A Lição Final – Randy Pausch
"Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam." - Jack Kerouac
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Amor e Alma
E a culpa disto acontecer e escondermos, está no mesmo lugar que sempre esteve. No vácuo. Na inexistência. Pois não existe. A verdade é que não há culpa. Há lacunas que foram se formando enquanto estas pessoas perdiam suas noites, perdiam suas palavras, perdiam sua nudez e sensatez. Perdiam a memória na embriaguez, perdiam enquanto tentavam ganhar sorrisos falsos para si, enquanto beijavam o maior número de pessoas que podiam e se enganavam com a felicidade momentânea que tudo ao redor lhes proporcionava. Tudo perdido para simplesmente tentarem chegar à um “amor”, uma alusão à felicidade. Aquele “amor” avassalador que chegaria à cavalo, e que lhe roubaria toda a dor, aquele que lhe levaria até o alto da maior montanha existente e então ali beijariam e jurariam amor eterno.