De onde você veio? Há tanto entre eu e você que nos impede de sermos mais, talvez algo que seja refletido entre nossa simplória abstinência. Há tanto que há pouco nada havia. Qual é a sua história? Queria eu completar-te, mas em nada poderia agir, pensar em tal coisa então seria loucura. Trucida, desnorteia. Quero-te, mas desejo-me o bem e isso me causa o pior dos males. Tua face de tão pura me deixa arder e faz com que eu deixe meu coração queimar. Esta melodia é doce, a brisa toca-lhe sua respectiva nota. Só que agora sinto como se já fosse tarde, e eu devesse ir. Preciso partir-me daqui. Antes que eu queira não ir, antes que a minha inércia seja nula. Desfazer, desmembrar tudo aquilo que fiz com aquilo que havia em nossa combustão de olhos.
Pra onde você vai? Não que eu pudesse lhe impedir, mas a tua falta é o que me tira a paz. Atormenta-me, aguça, ilude. E caso você pense que eu esteja atônito em relação à tua existência, de que adiantaria? Ainda assim é fato que eu busco algum sentido para a minha existência senão com a sua. Nosso silencio junto, uma máscara, um silêncio calculável e que ensurdece até o ultimo instante. Sinto algo, sinto o teu cheiro, vários cheiros, vários vocês, vários sentimentos.
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